PENSAMENTO GEOGRÁFICO E FORMAÇÃO TERRITORIAL NO ESPÍRITO SANTO SÉCULO XX
Resumo: O projeto que ora se apresenta tem como proposta efetuar uma avaliação do processo de formação territorial do Espírito Santo ao longo do século XX. Em pormenor, pretende-se construir uma interpretação que consiga analisar de maneira conjunta não apenas as alterações ocorridas na geografia material do estado ao longo do tempo, mas igualmente como alguns registros do que se pode inicialmente denominar como pensamento geográfico capixaba concebiam e interpretavam tais transformações, funcionando como ideologias geográficas e de certo modo participando do processo de produção do espaço regional. Para a consecução desse objetivo, propõe-se uma periodização que bem ou mal acompanha grande parte da literatura econômica do Espírito Santo, dividindo-se o século XX em três períodos: 1) o período que vai do primeiro governo de Muniz Freire, em 1892, até 1942, ano que marca a fundação da Companhia Vale do Rio Doce e a construção da Companhia Ferro e Aço de Vitória (Cofavi), 2) o intervalo que vai de 1942 até 1975, qualificado comumente como o tempo da crise do café, mas que representa, de modo mais preciso, o início de um período de transição no padrão de acumulação da economia capixaba. Nessa época, que assiste à ampla difusão de um ideário desenvolvimentista, o estado se aproveita da unificação do mercado interno e da construção de uma densa infraestrutura e vai paulatinamente perdendo seu caráter agrário-exportador, ancorando-se de vez em uma base econômica urbano-industrial, o 3) período atual, que se inicia por volta de 1975 e pode ser identificado pelo domínio dos chamados Grandes Projetos de investimentos. Nesse momento, a consolidação de um novo padrão demográfico e migratório e a reestruturação produtiva engendrada pela globalização, repõem o tema do desenvolvimento geograficamente desigual experimentado pelo país como variável explicativa na compreensão do papel hegemônico do grande capital na diversificação do parque industrial capixaba. A afirmação das atividades de exportação/importação ligadas ao complexo portuário, a centralidade da Região Metropolitana da Grande Vitória e a consequente alteração das relações de trabalho e produção ganham destaque, emergindo como a nova realidade vivenciada pelo Espírito Santo.
Data de início: 01/08/2018
Prazo (meses): 72
Participantes:
Papel | Nome |
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Aluno Doutorado | RAFAEL GONRING |
Aluno Doutorado | DIEGO ULIANO ROCHA |
Aluno Mestrado | WILLIAM CARLOS RODRIGUES GONÇALVES |
Coordenador | CARLO EUGENIO NOGUEIRA |