Homens, deuses e santos nos rituais do Ticumbi e artes de curar como resistencia do lugar: uma narrativa de paisagem em movimento

Resumo: A paisagem da Vila de Itaúnas pode ser narrativizada como lugar bucólico, onde a vida cotidiana passa devagar. A Vila localiza-se ao norte do Espírito Santo (ES), Conceição da Barra. Este projeto pretende resgatar e aprofundar aspectos da tese “Ticumbi e a arte de curar na Vila de Itaúnas, C. da Barra, ES, como expressões de espacialidades _2008”, em especial paisagem e lugar no sentido fenomenológico da geografia humanística. A região é rica em biodiversidade, e abriga três Unidades de Conservação (UC), sendo duas de uso restrito e uma de uso sustentável. Uma estadual (Parque Estadual Itaúnas), e duas federais (Rebio Córrego Grande e Floresta Nacional do Rio Preto); embora a riqueza da cultural local, as comunidades do entorno não tem papel importante para os órgãos ambientais. O Ticumbi é um congo diferenciado do norte do Espírito Santo, assim nominado pelo historiador Luiz Guilherme Santos Neves, e em Itaúnas há três grupamentos de congo. O Ticumbi representa a maior Instituição social da Vila, um complexo ritual: Jongo, Congo, Artes de Curar, Pastorinhas, Reis de Bois e Alardo. Grande parte da população da Vila de Itaúnas guarda forte traço étnico cultural afrodescendente. As referências religiosas e artes de cura conformam como resistência cultural e reforçam a identidade, se expressam na paisagem, na alma do lugar (imagem ambiental), neste sentido a paisagem desempenha um papel social. Este trabalho objetiva investigar os fatos sociais nas práticas sócio espaciais da Instituição Ticumbi como uma narrativa de paisagem. Será utilizado método qualitativo, a etnografia, modificada para geografia – etnogeografia (hermenêutica interpretativista Geertz e carto-fatos de Seemann). Como produtos prevê-se um filme etnogeográfico – um documentário curta-metragem, como também mapas mental e interpretativo, que intencionam evidenciar a paisagem e lugar no sentido experiencial, além da troca entre saber acadêmico e saber patrimonial local. A valorização das percepções poderá favorecer a identidade dos grupos e amparar projetos de políticas públicas em saúde, turismo, educação, artes, além de fortalecer a construção da cidadania, com justiça social.

Data de início: 04/03/2014
Prazo (meses): 24

Participantes:

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Coordenador CELESTE CICCARONE
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