Propriedades Fundiárias e o Risco de Incêndios em Unidades de Conservação de Guarapari-ES
Nome: BRUNO DA SILVA ROSSI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 01/09/2015
Orientador:
Nome | Papel |
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CLÁUDIO LUIZ ZANOTELLI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CLÁUDIO LUIZ ZANOTELLI | Orientador |
SIMONE RAQUEL BATISTA FERREIRA | Examinador Interno |
Resumo: O trabalho discutiu as relações que se estabelecem entre os interesses fundiários e imobiliários e os incêndios florestais que ocorrem recorrentemente no Parque Estadual Paulo César Vinha e na Área de Proteção Ambiental de Setiba, em Guarapari, Espírito Santo. A questão que orientou a pesquisa girou em torno dos motivos que levam a área de estudos a sofrer grande quantidade de incêndios florestais e, além disso, buscou compreender como a propriedade fundiária e os interesses imobiliários atuam nesse processo. Este trabalho compreendeu, a partir do cruzamento de diversas informações, que há uma relação direta dos proprietários de terrenos, empresas imobiliárias e corretores de imóveis e os incêndios que ocorrem na APA e no Parque. A interpretação do processo giroui em torno do sentido que permeia a propriedade da terra na contemporaneidade, bem como as Unidades de Conservação. Constatou-se que, no geral, os intereses rentistas são potencialmente perigosos no que se refere aos incêndios, tendo em vista que o vínculo entre o proprietário e o local é mediado apenas pela lógica do lucro. Tamb ém foi percebido que grande parte das vezes as populações do entorno não se relacionam com o Parque e tampouco enxergam a APA como espaço de conservação. Associado a isso, a relação do Parque com o entorno ocorre apenas no sentido de se fiscalizar, tornando os moradores sempre estranhos e, em última instância, potencialmente perigosos. Contudo, constatou-se que os locais que mais pegam fogo são áreas loteadas e pouco adensadas, fato que sugere que não são os moradores os reais problemas, mas os terrenos que, por conta de uma racionalidade capitalista, funcionam como reserva de valor e capital fictício potencialmente rentável, tendo em vista a valorização futura da terra. Por fim, o trabalho entendeu que as ações do Parque e do Programa Estadual de Prevenção a Incêndios do Espírito Santo Prevines, não têm atacado o problema das queimadas na essência, que seriam as questões fundiárias e imobiliárias, mas focam sempre no combate a um incêndios que já se supõe inexorável. Tal conformismo gera sempre gastos com equipamentos, bem como com combates a grandes eventos de queimadas, afetando diretamente os cofres públicos, o meio ambiente, os seres humanos e a biodiversidade.