A Produção Imobiliária Capixaba Panorama Atual

Nome: SILMA LIMA FERREIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 14/09/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS TEIXEIRA DE CAMPOS JÚNIOR Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS TEIXEIRA DE CAMPOS JÚNIOR Orientador
PAULO CÉSAR SCARIM Examinador Interno
PAULO CÉSAR XAVIER PEREIRA Examinador Externo

Resumo: A fase atual do capitalismo, independente da forma como é denominada (acumulação flexível, acumulação patrimonial, acumulação sob dominância financeira, capitalismo tardio, etc.), tem como elemento central a finança dotada do grande poder de submeter os setores produtivos à sua lógica de rentabilidade. Não foi diferente com a produção imobiliária. A abertura de capital e nos demais instrumentos financeiros (FII, securitização de recebíveis, títulos, certificados, etc.) são formas de superar, via mercado, o entrave do financiamento da produção. E para os investidores investir em imóveis é um negócio rentável e seguro. A articulação da produção imobiliária com o capital financeiro é recente no Brasil. Datam da década de 90 as leis que regulam a criação dos fundos de investimento imobiliários (FII) e a securitização de recebíveis imobiliários. E só após o ano 2000 incorporadoras optaram por fazer suas IPOs. Como suspeitou-se desde o início deste trabalho, a relação do mercado imobiliário capixaba com o capital financeiro ocorre através da atuação de incorporadoras listadas na Bovespa. Fato que não deve ser subestimado. Elas chegaram ao Espírito Santo a partir de 2007 e vieram para cá no processo de expansão geográfica impulsionado pela necessidade de responder à exigência de rentabilidade do capital financeiro. Trouxeram um aporte de capital que possibilitou a introdução de uma série de inovações que eram inviáveis para as empresas locais. Através de parcerias ou atuando sozinhas influíram em mudanças que se manifestaram no produto, na publicidade e promoção dos empreendimentos, na comercialização, no mercado de terras, na área de atuação do mercado imobiliário, e no processo de repartição dos ganhos gerados no setor. A atuação dessas empresas trouxe algo estranho para a produção imobiliária capixaba. Uma outra lógica. Quando se fala de incorporadoras fala-se de empresas cuja atividade objetiva a produção de um tipo especial de mercadoria: a moradia. A mercadoria moradia tem na terra uma condição de produção, o que significa que para produzir unidades habitacionais é necessário o terreno e este entra na composição da mercadoria, já que prédio e terreno são indissociáveis. Como a unidade produtiva (o canteiro) é a própria mercadoria em construção (o empreendimento), para que o processo de produção tenha continuidade é necessário um outro terreno. Dessa forma a produção de moradias não é apenas itinerante no espaço, mas é, sobretudo, produção e apropriação de espaço. Se essa produção obedece a lógica do capital financeiro, os motivos e interesses nela envolvidos nem sempre representam os anseios locais por uma cidade justa, acessível e democrática. O que equivale dizer que a produção do espaço capixaba pelo viés da construção serve, mais do que antes, a ampliação da valorização do capital investido na construção e não necessariamente às necessidades reais de reprodução da cidade.

Palavras-chave: Construção. Mercado imobiliário. Capital financeiro. Produção do espaço. Cidade. Mudança.

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