A PRODUÇÃO TERRITORIAL DA (IN)EXISTÊNCIA: OS PESCADORES ARTESANAIS MARÍTIMOS E O NEOEXTRATIVISMO NAS COMUNIDADES DE BARRA DO RIACHO E DE BARRA DO SAHY, MUNICÍPIO DE ARACRUZ-ES

Nome: VINICIUS FRANCISCO MARCHESE

Data de publicação: 30/09/2024
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CLAUDIO LUIZ ZANOTELLI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CÁTIA ANTÔNIA DA SILVA Examinador Externo
CLAUDIO LUIZ ZANOTELLI Presidente
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONCA Examinador Interno
GICÉLIA MENDES DA SILVA Examinador Externo
ROBERTO GARCIA SIMOES Examinador Interno

Resumo: A presente Tese de Doutorado visa analisar o desenvolvimento e as consequências da produção territorial brasileira contemporânea, tendo por enfoque áreas que apresentam diferenciais geográficos, os quais se tornam alvo de assédio neoextrativista, mas se encontram usados e ocupados por Povos e Comunidades Tradicionais cujos modos de vida não se relacionam aos modos de produção que ali desejam se inserir. Para tanto, partimos da hipótese de que o objetivo do poder estatal é o de amparar processos de desapropriação destes territórios e a consequente expulsão daqueles que preteritamente nele se encontravam, de preferência dissimulando todos os riscos e danos promovidos contra a existência destes grupos. Logo, pautando as abordagens na matriz foucaultiana, a partir de observações do próprio filósofo francês e de outros autores que
seguiram e/ou retrabalharam seu construto teórico-conceitual, essa pesquisa busca observar como os valores neoliberais se coadunam aos interesses neoextrativistas em uma empreitada que se dedica a promover a inexistência de aspectos socioambientais para que prevaleça a existência de aspectos político-econômicos. Desta forma, o possível desenvolvimento de um processo/projeto de Produção Territorial da (In)Existência é posto sob análise através da observação do que vem se
passando com as comunidades de pescadores artesanais e marisqueiras de Barra do Riacho e de Barra do Sahy, ambas vizinhas e localizadas no Município de Aracruz, Espírito Santo-Brasil. Assim, os pressupostos criados frente a nossa hipótese foram postos a prova, demonstrando que, o futuro da pesca artesanal se mostra pouco promissor na região, tendo em vista esboçar uma
inexistência cada vez mais plausível para estes, enquanto os vazios materiais e simbólicos deixados no território são reapropriados pelo neoextrativismo e sua busca por concretizar uma racionalidade espacial que pouco parece se importar, ou até mesmo ser punida, pelos malefícios ocasionados.

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