O PENSAMENTO GEOGRÁFICO FACE A QUESTÃO DA FORMA DA TERRA E DA IMAGEM DE MUNDO
Nome: VITOR BESSA ZACCHÉ
Data de publicação: 31/07/2024
Banca:
Nome | Papel |
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FREDERICO CASTRO DE CARVALHO | Examinador Externo |
PAULO CESAR SCARIM | Presidente |
SARAH LAWALL | Examinador Externo |
SOLER GONZALEZ | Examinador Interno |
VALDELINO GONCALVES DOS SANTOS FILHO | Examinador Interno |
Resumo: A tese examina a relevância das representações visuais na geografia, focalizando como diferentes modelos da Terra influenciam a compreensão sobre o mundo. Abordando o assunto a partir da análise do terraplanismo e o seu ressurgimento, enquanto tema provocativo ao discurso científico tradicional, aponta como debates políticos e culturais influenciam novas proposições acadêmicas e a percepção da imagem do mundo. A resistência dos terraplanistas à aceitação das evidências científicas estabelecidas ilustra o conflito entre diferentes visões de mundo. Ao explorar, como cosmologias de diversas culturas, oferecem perspectivas distintas sobre a forma do mundo, e caracterizam o mundo com imagens distintas, em acordo com suas cosmologias, é analisada a ausência dessa diversidade de olhares sobre um mesmo planeta, a fim de caracterizar a dimensão holística da cosmologia. Partindo de revisão bibliográfica da geografia clássica, incluindo autores como Bernard Varenious, Immanuel Kant, Alexander Von Humboldt e Emmanuel De Martonne, demonstrou-se a constância da questão da forma da Terra nos fundamentos do pensamento geográfico, embasando-se na leitura e interpretação direta desses autores e, demais artigos, teses e dissertações sobre sua epistemologia e história. Foi demonstrado ainda o significado de cientistas como Copérnico e Newton enquanto influenciadores na caracterização referencial de uma imagem de mundo na linha evolutiva do pensamento geográfico. Mesmo que Copérnico, tenha popularizado o modelo heliocêntrico, modificando radicalmente a visão do universo e, Newton descrito o universo como um sistema mecânico regido por leis matemáticas. Humboldt, por exemplo, utilizava de análises integrativas e empíricas, enfatizando a interconexão dos fenômenos naturais e propondo uma visão holística do mundo, que ainda ressoa na geografia moderna. Contextualizando a fundamentação do pensamento geográfico às diversas cosmologias, a análise incidiu ainda sobre como a imagem de mundo é formulada no âmago da geografia por meio de sua relação com a cosmografia, fornecendo então uma análise crítica sobre a integração das diversas perspectivas sobre tal enunciado e, suas potencialidades ao ensino de geografia. Considera ainda, revisões curriculares, de forma a incentivarem a reflexão sobre as imagens do mundo e a valorização da cosmografia de modo holístico e inclusivo, tendo em vista, as concepções de outras culturas e sociedades tais como as tradicionais, já conferidas aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Para ilustrar o campo da sala de aula e o mote do ensino cosmográfico no ensino de geografia, foi realizada uma enquete qualitativa com professores dessa disciplina, a fim de conferir a forma como aprenderam e ensinam tais temas e, as principais referências que utilizam em sua didática, os resultados incidiram enquanto insights que encaminha o conteúdo para discussão de como as representações visuais podem simplificar a imagem do mundo quando corroboradas diretamente, a modelos e imagens oriundas somente do desenvolvimento científico moderno, a imagem astronômica (NASA, viagens espaciais, homem na lua). Aborda ainda, o campo da fenomenologia no conhecimento geográfico, principalmente na diversidade de leituras que a geografia desenvolve sobre as imagens, as representações e a experiência, a partir das ferramentas epistemológicas empossadas pela mesma para abordagens contemporâneas sobre as diversas formas de se representar o mundo, tema esse que recai sobre a educação, quando é verificada a necessidade de criar espaços de liberdade dentro da sala de aula, promovendo diversidades de ideias e opiniões, especialmente diante dos processos de exclusão de tradições e culturas.