A AGENDA 21 COMO HETEROTOPIA DOS AGENTES DOMINANTES NA PRODUÇÃO DE CIDADES NA REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE VITÓRIA-ES
Nome: ERICK ALESSANDRO SCHUNIG FERNANDES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/02/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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CLÁUDIO LUIZ ZANOTELLI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CLÁUDIO LUIZ ZANOTELLI | Orientador |
EDNELSON MARIANO DOTA | Examinador Interno |
GIOVANILTON ANDRÉ CARRETTA FERREIRA | Examinador Externo |
GUSTAVO ANTONIO DAS NEVES BEZERRA | Examinador Externo |
JAN BITOUN | Examinador Externo |
Resumo: Este estudo analisa a Agenda 21 como um modelo de organização da cidade
que, proposto pelo Estado, desempenha um papel de facilitador dos interesses
de agentes dominantes nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e
Viana, situados na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), Espírito
Santo. Partimos do princípio de que a Agenda 21 é um documento produzido
por uma vertente do planejamento estratégico estatal que expressa os interesses
de quem capitaneou a sua elaboração. Neste trabalho, identificamos a Agenda
21 como uma heterotopia (FOUCAULT, 2013), cuja ação se revelou ineficaz ao
propor uma cidade mais justa, tal como a preconizam as diretrizes da Agenda 21
global e brasileira. Acreditamos que esse modelo de planejamento enuncia um
discurso, cuja exposição se faz a partir de uma codificação, que, por sua vez,
estabelece uma conexão com o mito, ao apresentar uma visão de mundo que
atrai a adesão das pessoas. Sendo assim, indagamos por que, apesar da
elaboração desse documento nos municípios estudados propor uma cidade
acessível a todos, é possível constatar um agravamento de problemas nas
cidades estudadas, ao mesmo tempo em que ocorreu um aumento da atuação
de agentes econômicos nesses locais. Trabalhamos com a hipótese de que essa
expansão nos municípios estudados está ligada à construção de um discurso
que opera por meio de mecanismos simbólicos, visando a criar uma cidade
idealizada que se encontra presente na Agenda 21, mas que se difere da cidade
real, obliterando as desigualdades e consolidando o projeto hegemônico de
alguns agentes. Em nível de conclusão, esperamos identificar dentro da
narrativa da Agenda 21 quais são os códigos utilizados para esse fim, como foi
produzida a imagem das cidades estudadas, quais as áreas de maior destaque
e quem são os agentes que lideraram esse processo e apresentaram uma
realidade construída no plano simbólico, a fim de capturar a adesão da
população e legitimar seus interesses.