ENTRE Partidas, Chegadas e Permanências.
uma Análise da Migração e das Redes Pomeranas do Estado Do
espírito Santo para o Estado de Rondônia (1970-2020).
Nome: DÉBORA HOLZ
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 15/12/2021
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| IGOR MARTINS MEDEIROS ROBAINA | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| CARLO EUGENIO NOGUEIRA | Examinador Interno |
| ERINEU FOERSTE | Examinador Externo |
| IGOR MARTINS MEDEIROS ROBAINA | Orientador |
| LUIS CARLOS TOSTA DOS REIS | Suplente Interno |
| MARCOS LEANDRO MONDARDO | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: O objetivo central desta dissertação foi analisar e compreender os fatores que levaram os
pomeranos residentes no estado do Espírito Santo a migrarem em direção ao estado de
Rondônia, bem como, as redes de relações sociais que foram estabelecidas e garantiram suas
permanências neste estado. O povo pomerano migrou da Europa para o Brasil no século XIX
e, atualmente, estão presentes em distintas regiões do país, reproduzindo práticas
socioculturais como aqueles pioneiros que chegaram ao continente americano. E mesmo
diante de condições adversas, estes buscaram se fortalecer como grupo étnico-identitário no
Brasil, inclusive nas últimas décadas, na Região Amazônica. Teoricamente, a pesquisa se
inseriu a partir da perspectiva qualitativa e se orientou metodologicamente, por meio das
entrevistas em profundidade. Um dos desafios deste processo foi a impossibilidade de
realização do trabalho de campo na forma presencial na própria área espacial de análise,
devido aos limites de circulação que a pandemia do Novo Coronavírus impôs à saúde, a partir
de março de 2020. Deste modo, as entrevistas foram operacionalizadas por meio da
modalidade on-line, mais especificamente, através de ligações via aplicativo WhatsApp entre
os meses de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, com quinze pomeranos migrantes que
chegaram nas décadas de 1970 e 1980 no estado de Rondônia. Ainda em relação à dimensão
teórico-metodológica, as entrevistas seguiram a orientação de um conjunto de temas
relacionados à migração, redes e permanências. Além disso, realizou-se como estratégia de
aproximação, a técnica denominada bola de neve, com o objetivo de identificar e expandir o
perfil de análise em questão. Como complementaridade também foi levantado e analisado
fontes diretamente da internet e fotografias dos próprios entrevistados e de seus familiares.
Como resultado da pesquisa foi identificado uma relação direta entre os mesmos fatores que
expulsaram os pomeranos do estado do Espírito Santo e o que os atraíram para Rondônia.
Estes se constituíram centralmente na possibilidade de aquisição da propriedade privada, ou
seja, no acesso à terra. Para todos aqueles que tomaram a decisão de migrar, o Espírito Santo
não era mais uma possibilidade, devido ao crescimento de grandes latifúndios e expansão da
industrialização. Com a ampliação da fronteira agrícola em direção ao Norte do país a partir
da década de 1970 e, a distribuição de terras promovidas pelo INCRA gerou um sentimento
de esperança nos pomeranos em relação à aquisição da propriedade privada. Contudo, a
emigração em massa dos pomeranos de diferentes municípios do estado do Espírito Santo
aconteceu, sobretudo, atrelados às redes de relações sociais deste grupo étnico que garantiram
informação e apoio possibilitando a efetivação da migração. Por fim, as redes, especialmente,
na relação direta entre o componente étnico e familiar, garantiram a permanência dos
pomeranos em Rondônia a partir dos laços de proteção e solidariedade. E ainda, estas
proporcionaram o fenômeno de ligação entre os estados de Rondônia e Espírito Santo,
formando, assim, territórios e redes de pomeranos pelo Brasil.
Palavras-chave: Migrações pomeranas, Rondônia, redes de relações sociais.
