A DIMENSÃO ONTOLÓGICA NA GEOGRAFIA:
Um paralelo entre o horizonte da crítica-radical
e o pensamento de Martin Heidegger
Nome: LUANA RODARTE OLIVEIRA ZADOROSNY
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 21/03/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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LUIS CARLOS TOSTA DOS REIS | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALDO ALOÍSIO DANTAS DA SILVA | Examinador Externo |
IGOR MARTINS MEDEIROS ROBAINA | Examinador Interno |
LUIS CARLOS TOSTA DOS REIS | Orientador |
Resumo: A presente pesquisa está estruturada através da articulação de três elementos
básicos. O primeiro elemento refere-se ao âmbito temático e corresponde à
ontologia do espaço enquanto ―objeto formal‖ da pesquisa na ciência geográfica.
Propomos sua problematização através de duas orientações de método distintos,
que correspondem aos dois elementos referidos ao âmbito metodológico: a via do
horizonte da crítica-radical, filiada ao materialismo histórico e dialético marxista e a
via do pensamento de Martin Heidegger, ou seja, através da fenomenologia
hermenêutica. Os três elementos da problemática se inscrevem na historiografia da
Geografia, desde o contexto do movimento de renovação iniciado na década de
1970. Naquele momento se efetivaria tanto a assimilação da reflexão ontológica do
espaço junto à constituição do horizonte da crítica-radical, como também se daria a
assimilação da fenomenologia e do pensamento de Heidegger no bojo da
constituição do horizonte humanista da disciplina. A pesquisa aborda a temática da
fundamentação ontológica do espaço e sua articulação com o problema da relação
sociedade-natureza, através do paralelo entre os dois métodos de investigação
destacados que, por suas características particulares, contribuem para o debate
teórico da Geografia, sob perspectivas, escopos e finalidades distintos. De um lado,
apresenta um perfil de reflexão ontológica marcado pela influência do pensamento
marxista e lukácsiano e determinado essencialmente pela ontologia do ser social.
Trata-se de uma problematização ontológica produzida a partir da centralidade da
noção do trabalho (ou de produção social) como princípio ontológico, que repercutiu
amplamente na análise da realidade e junto à formulação de uma teoria espacial na
disciplina. De outro lado, apresenta os elementos básicos indispensáveis para
desenvolver uma investigação ontológica com bases fenomenológicas. Os termos
básicos do projeto heideggeriano são expostos através dos seguintes elementos: a
diferença ontológica entre ser e ente; a analítica do ser-aí como fonte da elaboração
da questão do ser e; a análise da estrutura ser-no-mundo e da mundanidade do
mundo e, no bojo da analítica existencial, a interpelação fenomenológica do
espaço como fenômeno originário do ser-aí. Ambas proposições são
fundamentalmente divergentes no que diz respeito ao encaminhamento que a
questão sobre a relação sociedade-natureza adquire diante de seus pressupostos
mais fundamentais.