MUNIZ FREIRE E O DESENVOLVIMENTO GEOGRÁFICO DESIGUAL NO ESPÍRITO SANTO
A CONSTRUÇÃO DE UMA HERANÇA POLÍTICO-IDEOLÓGICA NO TERRITÓRIO CAPIXABA

Nome: VINICIUS FRANCISCO MARCHESE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 15/09/2017

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLÁUDIO LUIZ ZANOTELLI Examinador Interno
EDUARDO RODRIGUES GOMES Examinador Externo
JOSÉ FRANCISCO BERNARDINO FREITAS Orientador

Resumo: A presente dissertação versará sobre a Geo-História do Espírito Santo e a influência que José de Melo Carvalho Muniz Freire, Presidente do Estado por dois mandatos (1892-1896 e 1900-1904), teve na inserção deste território em uma lógica de Desenvolvimento Geográfico Desigual. Tendo em vista as prerrogativas ainda hoje observáveis de um franco desequilíbrio político-econômico entre a capital e o restante do Espírito Santo, a investigação aqui proposta buscará identificar o ponto de inflexão nesta organização territorial, na qual a capitalidade política de Vitória também adquire ares culturais e econômicos, centralizando todos os poderes nesta cidade e relegando as demais áreas a meros coadjuvantes: territórios integrados e subservientes à “Cidade Presépio”. Para tanto, serão utilizados conceitos e teorias de geógrafos como David Harvey, Neil Smith e Milton Santos para justificar as hipóteses propostas, além de trabalhos acadêmicos (dissertações e teses) e obras de autores clássicos e recentes da historiografia capixaba, servindo como base para os relatos que aqui serão traçados. Em assim sendo, visando construir tais relatos para mais tarde analisá-los, realizar-se-á uma retomada da história local, partindo desde a chegada dos portugueses e se pontuando os fatos e eventos considerados mais relevantes na conformação do espaço capixaba até o limiar da Primeira República: uma espécie de tentativa de se registrar parte da herança a qual teriam acesso os primeiros governantes deste novo período no Espírito Santo. Ao se alcançar o início do republicanismo estadual serão observados o contexto aqui existente, como sua economia, estrutura produtiva, aspectos sociais, dentre outros temas considerados chave à compreensão de como era o Estado na virada dos séculos XIX para o XX. Dalí em diante serão observados os dois mandatos de Muniz Freire a frente do território capixaba e seus principais feitos, destacadamente a confecção do Projeto do Novo Arrabalde e a estruturação de uma nova lógica de circulação e transportes baseada no setor ferroviário e na reforma, expansão e aparelhamento do Porto de Vitória. Desse modo, crê-se que, a partir da análise do papel que este governante teve para o Estado, sendo considerado por muitos uma das principais figuras políticas capixabas, bem como a partir da análise de seu ideal positivista consubstanciado em discursos de cunho modernizante e obras deveras pretensiosas para a época, se poderá observar com clareza as mudanças na Divisão Territorial do Trabalho capixaba, antes regida pelos extremos do território, Cachoeiro de Itapemirim ao Sul e São Mateus ao Norte, para a capital, somando-se ainda o estreito vínculo criado entre esta cidade e o Estado vizinho à Oeste, Minas Gerais. Em suma, o que se pretende demonstrar neste trabalho é o caminhar da história local e sua mudança de rota pautada em ideais político-econômicos de um personagem que sintetizava os ideais da época e os anseios da elite local, mesmo que, para isso, tenha mergulhado o Espírito Santo em uma estrutura pautada no Desenvolvimento Geográfico Desigual.

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