Representações (Geo)gráficas e Geografia Quantitativa no Brasil: uma
análise na Revista Brasileira de Geografia (1970 - 1978)

Nome: VIVIANE DOS SANTOS COUTINHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 09/12/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
IGOR MARTINS MEDEIROS ROBAINA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARCOS PAULO FERREIRA DE GÓIS Suplente Externo

Páginas

Resumo: O tema central da dissertação é a relação direta entre o período da Geografia Quantitativa no Brasil e suas representações (geo)gráficas. Considerando que as mudanças teóricas e metodológicas que se operaram neste campo disciplinar nas décadas de 1950 e 1960 a partir do movimento quantitativo, repercutiu uma ampla, qualificada e distinguida mudança nos modos de representação da disciplina, que não tiveram centralidade nas consolidadas imagens de mapas tradicionais e fotografias de trabalho de campo. Mas se constituíram por meio de representações a partir de técnicas e modelos gráficos baseados em formas geométricas e nos
propagados procedimentos matemáticos e estatísticos vinculados a padrões, tendências, arranjos e processos espaciais. Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se caracterizou como o mais importante centro de incorporação, desenvolvimento e difusão da Geografia Quantitativa no país, e foi em sua chamada Revista Brasileira de Geografia (RBG) que se materializou a publicação de muitos dos estudos elaborados nesta perspectiva no país. Assim, o objetivo central foi compreender e analisar a produção e o uso de representações (geo)gráficas na Revista Brasileira de Geografia (IBGE) entre os anos de 1970 e 1978. Metodologicamente, foi realizado um levantamento, uma identificação e uma análise dessas representações (geo)gráficas publicadas na revista, discutidas como dispositivos de inscrição para o entendimento de como estão inseridas nos enunciados de um texto científico. Desse modo, foram identificados quais métodos, técnicas e concepções teóricas foram incorporadas pela geografia brasileira e acabaram por originar essas representações (geo)gráficas. Como resultado, foi possível identificar, nos termos das representações, a predominância dos gráficos de análise fatorial sobre as cidades brasileiras, seguida dos modelos teóricos de diferentes autores e dos dendrogramas de análise de agrupamento. Constatou-se também que a elaboração dessas representações não foi uma tarefa simples e rapidamente empreendida, pois foram necessárias a aquisição de computadores, a instalação dos softwares específicos, fitas magnéticas algoritmos, bem como a própria aprendizagem das técnicas e o manuseio dos programas específicos pelos geógrafos da instituição. Por isso, iniciou-se de modo deficitário, do ponto de vista tecnológico, tanto que as primeiras experiências tiveram que ser realizadas em computadores de universidades estrangeiras. No entanto, quando contornadas as limitações técnicas, o IBGE
se tornou uma referência para Geografia Quantitativa no Brasil, sendo mencionado como um lugar de apoio para a execução desses novos procedimentos, propagando, assim, um amplo, qualificado e variado conjunto de representações (geo)gráficas, renovando o modo e a forma do fazer geográfico no Brasil.

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