RIO DOCE, LUGAR DE MEMÓRIA: TRAJETÓRIAS DOS PESCADORES DE ITAPINA E REJEITOS DE MINERAÇÃO DA SAMARCO

Nome: BIANCA PAVAN PICCOLI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/05/2020
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
GISELE GIRARDI Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
SONIA MISSAGIA MATOS Coorientador
ERNANDES DE OLIVEIRA PEREIRA Examinador Externo
MARIA CRISTINA DADALTO Examinador Externo
GISELE GIRARDI Orientador

Resumo: Esta dissertação apresenta a trajetória dos pescadores da comunidade de Itapina, localizada no município de Colatina (ES), às margens do rio Doce. Os pescadores vivenciam um processo de descontinuidade de suas tradições, decorrente do derramamento de rejeitos de mineração, causado pelo rompimento da barragem de Fundão (propriedade da Samarco/VALE/BHP Billiton) em 15 de novembro de 2015, o que ocasionou a interrupção das atividades exercidas no rio Doce, incluindo a pesca. Com isso, os hábitos que se mantiveram preservados por meio de fortes vínculos afetivos, econômicos, culturais e sociais poderão se extinguir. Visando contribuir para o registro da trajetória desses pescadores, que até a presente data não havia sido documentada, esse trabalho teve como meta fundamental a coleta de narrativas sobre as memórias e lembranças vividas no espaço da pesca de Itapina. Buscou-se nesses relatos como foi a formação desse espaço, quem são os personagens envolvidos, como se mantiveram ativos no local, os acordos feitos entre os pescadores, os vínculos entre eles a comunidade, a relação dos pescadores com o patrimônio cultural e ambiental de Itapina e, finalmente, a situação da comunidade e do rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão. As pesquisas para coleta desses testemunhos foram feitas através de pesquisas de campos, entre os anos de 2015 e 2017 e, posteriormente, entre 2018 e 2020. Para recolhê-los, utilizou-se a metodologia da história oral, associada à análise do contexto em que se inserem os pescadores e suas tradições em Itapina, compreendendo o local como um “lugar de memória”. A partir da análise dessas narrativas, foi possível notar que elas trazem pontos relevantes e reveladores sobre o local, como a demarcação da área de pesca para cada família de pescadores, estabelecida por meio de acordos orais estabelecidos entre gerações.

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